domingo, 19 de junho de 2011

Poema infindo

Eu não sei mais escrever
se soubesse ensinava a você
e tu que sabes não me diz, por que?
Ficas aí parada e só lê

particularmente, eu não fui alfabetizado
tudo aqui escrito foi transcrito
por um datilógrafo contratado

tudo o que ele havia digitado
foi ditado, e repetido, e editado
mas ele, ah, coitado!

ganhava pouco, era mal pago
aí o poema ficou assim
ficou sem

Mais que o necessário

Mais que o necessário
não tem porque, é arbitrário

Mais que o necessério
não pode, é adultério

Mais que o necessírio
é demais, já é martírio

Mais que o necessório
é inútil, é acessório

Mais que o necessúrio
não faça, é espúrio