quarta-feira, 26 de maio de 2010

Bartolomeu

Algum dia
Bartolomeu,
Comeu
Damasco,
E morreu
Foi pro céu.
Grato, avistou,
Homens alados.
Idílicos anjos.

Jaz aqui,
Lá atrás fica seu corpo
Morto na terra.
Não o verás de novo.

Onde estou?
Paraíso?
Que lindo é aqui!

Realmente, é lindo.
Sou São Pedro.
Teu anfitrião.
Único, Deus te aguarda.
Venha vê-lo, Bartolomeu.

Xadrez. Vamos jogar xadrez?

Zeus o aguarda para uma partidinha!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Crítica ao sobrenatural

Creio que sem muito esforço podemos categorizar a realidade em dois âmbitos.
O primeiro, infinitamente maior, seria o grupo Natural. Nesse setor encontram-se todos os entes presentes na realidade tais como são espontaneamente. Por espontaneamente quero colocar exatamente o que o termo sugere. Uma ação espontânea é aquela natural, inalterada, que vem a ser sem interferência. Nessa categoria, a Natural, portanto, localizam-se as entidades da natureza, apenas modificadas por ela própria, sem a intervenção humana. Acredito que a partir desse ensejo já pode ser notado o segundo conjunto. O segundo conjunto consiste nas entidades Artificiais. Isso quer dizer que nele está contido tudo aquilo que foi modificado por um artífice. Uso o termo artífice em vez do termo homem, por exemplo, já que não creio que os únicos seres do universo capazes de tirar um objeto de seu estado de espontaneidade sejam os humanos. Tal divisão por mais grossa que possa se mostrar parece capaz de separar eficientemente todos os entes do universo. Pode surgir então a dúvida sobre em qual conjunto estariam os seres sobrenaturais. Se no primeiro, no segundo ou em um suposto terceiro conjunto. Se tais seres são na verdade criações humanas e de fato não existem materialmente, creio que podem ser considerados Artificiais. Entretanto, se de fato existirem independentemente do homem, ou de qualquer outro artífice devem ser considerados naturais, e não sobrenaturais. Existindo fora das invenções artificiais estariam, portanto, em seu estado de espontaneidade. Dessa forma fariam parte da natureza e seriam, assim, naturais. Não parece lógico dizer que ou são criados (artificiais) ou já estavam aí (naturais)? Ser sobre a natureza, ou seja, ser além dela, não tem sentido. Mesmo os artificiais não se sobrepõem a natureza, seguindo suas leis e sendo criados tendo como substrato apenas o natural. Mesmo um objeto artificial que tem como base outro objeto artificial, se retornarmos na linha do tempo poderemos observar sua origem natural.
Dessa maneira creio deixar claro o quão incorreto é o termo sobrenatural, já que nada se sobrepõe a natureza ou existe independentemente dela.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Se eu fosse você

Se Camila tivesse corcova
Camila seria camelo

Se somente tivesse casca
somente seria semente

Se tapete tivesse cabelo
tapete seria topete

Se novelo tivesse autor
novelo seria novela

Se prato tivesse bico
prato seria pato

Se trigo tivesse listras
trigo seria tigre

Se Lênin fosse músico
Lênin seria Lennon

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Da diferença entre sexo e gênero

Semana passada estava eu assistindo ao programa de entrevistas da Marília Gabriela, como tenho por hábito assistir todos os domingos. Nesse dia foi ao ar a entrevista de um Neuro-psiquiatra, Paulo Mattos, que falou sobre TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), o antigo DDA (déficit de atenção).
Em certo momento da entrevista ele comentou que tal transtorno se manifesta diferentemente em cada gênero, sendo o sintoma da hiperatividade mais relevante em homens. Foi então que eu pensei que em se tratando de uma questão médica a palavra mais correta deveria ser sexo, e não gênero.
Ao pesquisar na Wikipédia pude perceber que minha intuição estava correta. Não é de todo errado usar gênero e sexo para falar da mesma coisa, entretanto há uma diferença basal em seus significados. De maneira nenhuma quero colocar o erro do entrevistado, a entrevista foi excelente. Principalmente pela didática do médico-professor que nos deu uma dimensão correta do que ele buscava descrever.
Sexo seria a categoria biológica que separa os indivíduos vivos em: masculino, feminino e hermafrodita. Isso é delimitado por seus órgãos sexuais, e os tipos de gametas que produzem. No caso humano não há hermafroditas verdadeiros.
Gênero seria uma categoria mais social, que se refere mais aos papéis sociais desempenhados por casa sexo. É evidente que se uma mulher exerce uma função consagrada por um homem e vice-versa não se muda o gênero gramatical ao tratar com ela ou ele. Entretanto é dessa forma que se caracteriza o gênero enquanto termo social.
É da minha opinião que os gêneros sociais tendem a cada vez mais se confundir com a queda dos preconceitos, e entrada da mulher no mercado de trabalho. De qualquer forma ainda hoje essa divisão é válida por abarcar boa parte da população.
Encerro esse texto colocando algumas questões que o tema me impôs. Qual o gênero de travestis? Qual o sexo de pessoas que passaram pela mudança do mesmo? Pode-se considerar que realmente mudou?
Bom por hora era isso, apenas um esclarecimento sobre a diferença entre dois termos próximos e algumas questões para se ponderar.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Símbolo

O símbolo é a presentificação do imaterial.

domingo, 9 de maio de 2010

Essência da dor

Antes de qualquer coisa gostaria de colocar duas definições. Primeiramente quero dizer que a essência de um objeto é aquilo que se é posto, o objeto também é posto, e se é retirado o objeto é igualmente retirado, e, além disso, a essência não pode ser externa ao objeto. Em segundo lugar vou copiar a definição do termo latino, e filosófico, qualia, da Wikipédia. Ela diz assim: Qualia [singular: quale, em latim e português]. Termo filosófico que define as qualidades subjetivas das experiências mentais. Por exemplo, a vermelhidão do vermelho, ou o doloroso da dor.
Agora posso explicar em que consiste a teoria dos qualia invertidos, vamos lá. Suponhamos que você veja um morango e tenha aprendido que a cor dele é vermelha, por isso o chama de morango vermelho. Eu aprendi da mesma forma e por isso também o chamo de morango vermelho. No entanto o meu quale, isso é a cor que eu experimento quando vejo o morango, é o seu quale que você experimenta quando vê um limão. Ou seja, nós temos qualia invertidos. O que eu vejo como vermelho você vê como verde, mas ambos aprendemos a chamá-lo de vermelho. É uma estranha possibilidade.
Lembrando que os qualia valem para experiências mentais em geral, eles incluem a dor. Então o que aconteceria se colocássemos a dor na possibilidade dos qualia invertidos? O que eu chamo de dor você poderia dizer que são cócegas, mas pela impossibilidade de transmitir a sensação, não se percebe a diferença. Logo surge a pergunta: Qual é a essência da dor?
Bom, pela definição de essência não podemos recorrer ao que a dor provoca como gemidos e choros para identificar sua essência, já que esses são externos a ela. Além do fato de que é possível fingir a dor com gemidos e choros sem sentir dor alguma. Logo esses não são sua essência. Poderíamos pensar então: Ah, já sei, a essência da dor é o seu quale! Mas então aparece uma possibilidade estranha, acompanhe. Se a essência da dor é o seu quale, e se por acaso for verdadeira a teoria dos qualia invertidos então a essência da dor seria exclusiva para cada indivíduo.
Dessa maneira a teoria dos qualia invertidos cai por terra. Porque se a essência da dor fosse diferente para cada um, aconteceria o seguinte: Pondo-se a essência da sua dor para mim eu sentiria cócegas, por exemplo, e se retirasse eu deixaria de sentir cócegas. A dor nem dá as caras. Então essa não seria a essência da dor. Pode-se argumentar que não seria a essência da minha dor. Mas então surgiria um impasse: a dor como a entendemos não teria essência. Não haveria uma unificação de conceitos para que todos pudéssemos chamar de dor a mesma coisa, e ela seria então múltipla. Apesar disso nos comunicamos a respeito dela e nos entendemos.
Bom, ou a dor é múltipla e não tem essência, ou a teoria dos qualia invertidos é furada. Decidam por si próprios, em todo caso eu prefiro a segunda opção.

domingo, 2 de maio de 2010

Quebrando o preconceito

Há um certo provérbio chinês que diz mais ou menos assim : “O burro não aprende com os próprios erros, o inteligente aprende com os próprios erros, e o sábio, aprende com os erros dos outros.” A mensagem que esse dito transmite me faz considerar o quão importante é lidar sem problema com pessoas de todos os tipos.
Ora, todos queremos um pouco de sabedoria em nossas vidas. E convenhamos, não somos oniscientes. Para que possamos ter acesso aos erros e acertos dos outros, e dessa forma consigamos aprender e melhorar nossas próprias atitudes, devemos nos relacionar com eles.
Todo indivíduo, não importa sua classe social, etnia, religião, sexo ou opção sexual, tem uma história única.
Cada um tem suas experiências e carrega consigo a lição que pôde tirar delas. Lidar com qualquer pessoa é sempre enriquecedor afinal sempre há uma situação nova a qual você não conhece e pela qual pode passar um dia.
Sem contar com o fato de que ouvindo diferentes pontos de vista, muitos dos quais você jamais conceberia, é possível ter uma visão holística do todo. O que facilita muito as coisas. Uma compreensão geral permite o melhor entendimento das partes, com as quais lidamos diariamente.
Fiz esse texto só para colocar mais um argumento que creio quebrar os preconceitos. Sendo preconceituoso só se tem mesmo a perder. Além de estar errado e poder ir preso, você deixa de aprender como todos tem a contribuir entre si, criando um bem geral.